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Centro Universitário FMU / FIAM-FAAM promove um bate-papo com a produtora cultural Amanda Souza sobre experiência profissional e carreira

No último dia 07 de outubro, a produtora cultural Amanda Souza realizou um bate-papo com os alunos de Produção Cultural do Centro Universitário FMU / FIAM-FAAM.

Por Stefanie Tozzo dos Santos [1]

Edição por Giuliana Maciel Araujo [2]

Revisão por Andressa Lemes de Amorim Matos [3]

                            Supervisão de Prof. Wiliam Pianco [4] e Profa. Nicole Morihama [5]

No último dia 07 de outubro, a produtora cultural Amanda Souza realizou um bate-papo com os alunos de Produção Cultural do Centro Universitário FMU / FIAM-FAAM. A conversa foi mediada pelo professor Jorge Gonçalves, na disciplina de Economia Criativa e teve como foco a experiência profissional e a carreira da convidada.

Amanda é formada em letras pela USP e atua como produtora cultural desde 2008. Em 2011, fundou a “Camará Produções”, sua própria produtora. Em sua bagagem, já realizou trabalhos nos EUA, Portugal e Rússia. Atuou como produtora executiva, administrando artistas da música brasileira como Emicida e Paulo Miklos. Atualmente, segue realizando gerenciamento de carreira para diversos artistas e ministrando o curso “Produzindo na música”, onde forma produtores culturais na área musical.

Ela conta que desde pequena sempre gostou de música. Uma das lembranças mais marcantes foi um presente dado por seus pais quando era mais nova: “Um rádio gradiente vermelho e amarelo e tinha fita…” Refletindo sobre, ela sentiu que sempre esteve ligada à área. Sua descoberta musical começa na adolescência, quando tem seu primeiro contato com a música brasileira. Ela conta que sempre gostou muito de ler e escrever, em resumo diz que “a música me proporcionou diversas viagens e experiências… percebi que como produtora tinha aptidão para gestão de carreiras.”

“Atualmente, eu faço, basicamente, gestão de carreira dos artistas e vendo os shows deles. Toda construção, dia a dia, estratégia de carreira, pedidos de orçamento, eu que penso junto do artista o direcionamento que a imagem dele tem”. Segundo a entrevistada, o termo “produtor musical” está ligado diretamente a quem está dentro do estúdio produzindo música. “Sou (e imagino que alguns de vocês) uma produtora que atua na área da música.”

Amanda conta também sobre as dificuldades na carreira dentro do cenário de pandemia que estamos vivendo.

“Produzir na pandemia, continuar acreditando na salubridade da carreira (como fonte de renda), é um ato de resistência e de muita coragem, eu diria. Minha experiência foi muito difícil, porque eu não sou do mainstreaming, não fiz lives para Brahma, não tive nada disso! Como tenho artistas de estágios diferentes de carreira hoje sob minha tutela, eu vivenciei coisas muito diferentes entre eles.”

Ainda segundo ela, foram encontradas várias dificuldades devido à pandemia. Uma delas do ponto de vista sanitário “estavamos num período do ano que era completamente inviável viajar, pegar avião…as poucas instituições que estavam fazendo lives pagas, não queriam trabalhar trazendo pessoas de outro lugar pelo risco sanitário e por conta do custo.”

Ela ainda pontua que todos os artistas tem sua renda totalmente atrelada aos shows “ao vivo”, sendo necessário tocar para ganhar dinheiro. “Eu nem preciso dizer o que aconteceu com as pessoas… com os artistas.”, ressalta.

Você começou sua carreira em um período em que as redes sociais começaram… em 2010, mais ou menos… como foi?

“O grande rolê do músico quando eu comecei, foi o Myspace. Para os músicos, ele era sempre o grande cartão de visitas. O Orkut acontecia, mas era uma rede mais para fãs, comunidade. A grande mudança começa com o boom do Facebook. O Facebook vigorou, bombou de verdade até pelo menos 2015. Depois, o Instagram entra como grande veículo de divulgação. Hoje as redes sociais, são para divulgar um trabalho, mas o que importa é o play dado no Youtube”.

Ao ser questionada sobre ética/linha de pensamento na produção cultural, ou se o produtor cultural tem que sempre pensar no lucro e nos artistas grandes, ela diz:

“Se eu pensasse em lucro eu não estaria vendendo pão neste momento. É uma pergunta tão pessoal… Se você perguntar pra uma outra pessoa, talvez ela te responda que não quer trabalhar com um artista indie e sim com uma dupla, tipo ‘Jorge e Mateus’ e faturar por volume. Eu não quero isso! Pra você tentar entender o seu plano de carreira, você precisa entender o que quer da sua vida. Você precisa entender qual nicho está dando dinheiro. Eu só trabalho com coisas que gosto e escuto na minha casa, este é meu parâmetro. ”

O bate-papo se encerra com a entrevistada incentivando os alunos do curso a investirem mais naquilo que gostam dentro da área de Produção Cultural, assim como, pesquisar e se aprofundar dentro do que é apresentado para descobrir se realmente vale a pena e o esforço em determinadas áreas da produção. Amanda mostra que determinação e garra, são o foco principal para se fazer o que ama, lidando com todos os processos e dificuldades do dia a dia.

[1] Aluna do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, estagiárias AICOM – repórter

[2] Aluna do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, estagiária AICOM – editora

[3] Aluna do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, estagiária AICOM – revisora

[4] Professor do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, supervisor de estágios AICOM[5] Professora e coordenadora do curso de Relações Públicas e Jornalismo FMU/FIAM-FAAM