NERA

CONVIDADA PELO NÚCLEO DE ESTUDOS ÉTNICOS-RACIAIS (NERA), RAFAELA CLICE CONTA DETALHES SOBRE TCC DESENVOLVIDO

O último dia 5 de outubro foi marcado pela discussão no núcleo sobre ensino público e discriminação no Brasil, tema do Trabalho de Conclusão de Curso da entrevistada

Por José Ibiapina [1]

Edição por Talita Souza [2]

Revisão por Maurício Carvalho [3]

Supervisão de Prof. Wiliam Pianco [4] e Profa. Nicole Morihama [5]

Maria Lucia, professora e coordenadora do Núcleo de Estudos Étnicos-Raciais (NERA), promoveu um encontro com Rafaela Clice, formada em direito pela FMU. A entrevistada compartilhou seu o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) denominado “Direito à Educação e Emancipação Juvenil: Um Olhar Sob a Perspectiva da Desigualdade Racial”, no qual fala sobre as dificuldades do acesso educacional da população majoritariamente pobre e negra, dependentes do ensino público.

Clice prosseguiu com uma citação do patrono da educação brasileira, Paulo Freire, criador da obra ‘‘Pedagogia do Oprimido’’, em que a educação é como um ato político, que liberta os indivíduos por meio da consciência crítica transformadora, que emerge da educação como prática de liberdade. Ela cita também a educação da práxis em Freire, que remete à ideia de junções de práticas visando a modificação da realidade e a produção da história.

A convidada continua sua explicação com a importância da qualidade da educação, como empoderamento, protagonismo, autodeterminação, emancipação, participação e autonomia no poder decisório. Nesse contexto, a educação entra como desenvolvimento humano e da personalidade no fortalecimento do respeito pelos direitos do ser humano e pelas liberdades fundamentais.

A entrevistada ainda ressalta a importância da instituição na capacidade de promover a compreensão e a tolerância entre todas as nações e grupos raciais ou religiões. Ela pontua como a história da educação no país começou pelo Brasil imperial, onde não havia educação formal, apenas a partir de 1924, quando foi posta na constituição.

Com relação à educação do negro no Brasil, no sistema escravocrata, ela cita que, naquele momento havia a proibição do acesso no sistema escolar, e ainda havia condição informal para cidadãos ingênuos (nascidos livres ou libertos).

Caminhando para a atualidade, o sistema formal fornecido pelo Estado na realidade é de “regular para ruim”. No ensino público também há discriminação racial no ambiente escolar, ausente de estímulos para fortalecimento da identidade. Não existe material adequado para isso, além do ensino contar também com a desvalorização do professor e a falta da aplicabilidade da realidade social.

Logo, a presença de Rafaela possibilitou um viés amplo na conversa sobre a realidade das escolas e pontos ainda necessitados de análises, para que, dessa forma, seja possível levantarmos pontos de vista que incentivem maior valorização de temáticas como essas para melhoras.  

[1] Aluno do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, repórter estagiário AICOM

[2] Aluna do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, editora estagiária AICOM

[3] Aluno do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, revisor estagiário AICOM

[4] Professor do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, supervisor de estágios AICOM

[5] Professora e coordenadora do curso de Relações Públicas e Jornalismo FMU/FIAM-FAAM