Objetivo do Aulão foi ajudar os alunos que apontaram dificuldades em absorver o conteúdo
Por Guilherme Pereira[1]
Edição por Gabriel Barbosa das Neves [2]
Revisão por Matheus Houck [3]
Supervisão de Prof. Wiliam Pianco [4] e Profa. Nicole Morihama [5]
Em decorrência da pandemia, o ensino precisou passar por mudanças. As aulas presenciais foram migradas para o ambiente virtual, que trouxe desafios para professores e alunos.
No entanto, estudar em casa não tem sido uma tarefa fácil, e muitos estudantes ainda sofrem com isso. Por essa razão, o Centro Universitário FMU FIAM-FAAM em colaboração com docentes realizam Aulões, com o intuito de resumir o conteúdo didático.
O Aulão de Cultura Digital no BlackBoard, ministrado pela Professora Cristiane Sambugaro, foi um reforço necessário após os alunos sinalizarem dificuldades de compreensão da disciplina. A professora preparou um material para se aprofundar nos temas mais importantes, destacando os principais pontos e exemplificando as aplicações.
Segundo a professora, “o principal objetivo do Aulão foi abordar a cultura da conexão”, mas para falarmos sobre a cultura da conexão é necessário falarmos sobre a cultura da convergência. “A cultura da convergência é onde as velhas e novas mídias se colidem, onde a mídia corporativa e a mídia alternativa se cruzam, onde o poder do produtor de mídia e o poder do consumidor interagem de maneiras imprevisíveis”, disse a docente.
Para imergir no assunto, Sambugaro traz para o Aulão a teoria de Henry Jenkins, o autor do livro “Cultura da Convergência”, publicado pela primeira vez em 2006. Jenkins já abordava como as velhas mídias convergem e interagem umas com as outras. O conceito referido divide-se em três fenômenos: o uso complementar de diferentes mídias, a produção cultural participativa e a inteligência coletiva.
A professora explica aos alunos que no livro, “o autor afirma que os usuários do mundo digital, os consumidores, ditam o conteúdo produzido pelos produtores de mídia e as marcas”. Atualmente são os próprios consumidores que se tornaram produtores de conteúdos e produtos, pois saímos da mídia passiva e entramos para a fase da mídia interativa. “Os comunicadores adaptaram-se à convergência dos meios de comunicação, passaram a produzir conteúdo com a utilização de enquetes, lives, podcasts e inovações proporcionadas pelas redes. Alguns programas, como Big Brother Brasil 21 (BBB), proporcionam cultura participativa”, diz a docente.
No Aulão, Sambugaro cita a Inteligência Coletiva, Transmídia e Crossmídia. A professora definiu Harry Potter como um exemplo de transmídia, pelo fato de os livros terem gerado os filmes, que geraram diversas outras formas de se manterem conectadas ao enredo. Já para definir Crossmídia, a professora Cristiane utilizou o exemplo de um jogo de futebol, o qual passa igualmente em todas as mídias, as mesmas informações, sem que haja modificações ou adaptações. A aplicabilidade dos conceitos de cultura da convergência pode ser vista, por exemplo, na série “Heroes”, a primeira série com portabilidade prática da cultura da convergência. Após a série, foram criados diversos outros produtos, como o filme e produtos dos mais variados remetidos à série.
Após ter aprofundado o tema da cultura da convergência, a professora explica sobre a “Cultura da Conexão”, que traz consigo o conceito da propagabilidade. Sambugaro relembra em seu tempo que, para criar um conteúdo, era necessário que ela fosse atrás de formadores de opinião e jornalistas, em bares e cafeterias, para criar uma interação com aquele comunicador, e assim, criasse formas de que seu conteúdo circulasse aos consumidores. Hoje, as redes sociais como Instagram, Facebook, Twitter, etc. auxiliam o próprio consumidor a criar seu conteúdo de maneira independente, podendo propagar seus produtos, opiniões e trabalhos. As pessoas passam a ser produtoras, mas também abrem margem para a propagação das Fake News.
O assunto de Fake News é algo presente a todo momento do dia das pessoas, e Sambugaro aponta a própria propagabilidade como um dos principais fatores para a criação dessas inverdades, pois“quanto mais se propaga uma ideia, mais ruídos e mais oportunidades para os oportunistas criarem informações com meias verdades”.
A professora ensina aos alunos a importância de se de repetir uma informação, mesmo que seja básica, com o intuito de combater a desinformação ereforça o dever de nós, jornalistas e comunicadores, incentivarmos a leitura e educar as pessoas, “menos reativo e mais educativo”, diz Sambugaro.
Além das Fake News que são disseminadas com facilidade por conta da cultura digital, ainda há outros malefícios como a indústria da beleza, diz a professora. Pois “ela impõe padrões tóxicos e específicos para uma sociedade onde a variedade de fisionomias predomina, e a propagabilidade de tais ideias geram diversos problemas na sociedade” diz Sambugaro, causando resultados catastróficos no psicológico das pessoas que não alcançam o resultado ideal. A comunidade médica, hoje em dia, apoia determinados procedimentos cirúrgicos estéticos, coisa que antigamente era totalmente o contrário por conta dos efeitos colaterais em cirurgias deste tipo.
Ao ser questionada sobre os benefícios da cultura da convergência e conexão durante a pandemia, a professora faz um questionamento aos alunos de como seria possível se comunicar e como as empresas poderiam gerar renda, pois sem essa cultura “a economia ficaria desestruturada”, aponta Sambugaro. Além disso, ela diz que é mais uma saída para as pessoas terem informação mais rápida e estarem mais antenadas, movimentando-se.
Sambugaro ainda aconselha aos alunos para iniciarem um envolvimento, uma conexão com a cultura digital, pois caso contrário “enfrentarão muitas dificuldades na carreira”, diferente dos alunos que já compartilham ou criam conteúdo.
[1] Aluno do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, estagiários AICOM
[2] Aluno do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, estagiário AICOM
[3] Aluno do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, estagiário AICOM
[4] Professor do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, supervisor de estágios AICOM
[5] Professora e coordenadora do curso de Relações Públicas e Jornalismo FMU/FIAM-FAAM