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Celso Unzelte, jornalista e pesquisador histórico, fala sobre carreira e novas mídias no jornalismo esportivo

Atuando das revistas até as redes sociais, Unzelte opina sobre o cenário atual

Por Lucas Bartine [1]
Revisão de Maria Carolina Sousa [2]
Supervisão de Prof. João Batista [3] e Prof. Nicole Morihama [4]

Na última quinta-feira (22 de abril), a Semana de Jornalismo recebeu o renomado Celso Dario Unzelte, jornalista, pesquisador da história do esporte brasileiro, comentarista nos canais ESPM e Cultura, professor universitário da Faculdade Cásper Libero e escritor de 18 obras literárias até o momento, como o Almanaque do Timão, Almanaque do Palmeiras e o Livro de Ouro do Futebol. Iniciou sua carreira como repórter na revista Placar, passando também pelo antigo jornal Notícias Populares e a revista Quatro Rodas. Ex-aluno da FIAMFAAM, o profissional se divide entre seus inúmeros projetos e ainda mantem um canal no YouTube sobre história esportiva.

Ao início de sua apresentação, Unzelte explicou que a diferença entre ser jornalista e ser um influencer é a curadoria da informação, ou seja, os jornalistas insistem na importância de checar os fatos antes de sua divulgação. De acordo com ele, estamos passando por uma “transição digital”, e é essencial saber nos adaptar as novas tecnologias.

Ele conta que se surpreendeu ao ser questionado por um aluno sobre como melhorar a produção textual: “É muito legal você perguntar de texto que é uma coisa que parece que hoje em dia as pessoas se preocupam menos. Eu tenho até alunos que dizem que não precisam de texto pois vão fazer rádio, vão fazer televisão, mas alguém tem que saber redigir. E se você trabalhar em um site mais ainda. O texto tem muito a ver com formação. Diria Chico Anysio, que as pessoas conhecem como humorista, mas na verdade também era dono de um bom texto, o Chico sempre dizia que escreve bem quem lê bastante, então você precisa antes de tudo ler, para criar intimidade com o ritmo dos textos.”

Entre as questões, o palestrante disse que acha besteira quando falam que esse jornalismo esportivo com mais humor tenha iniciado com Tiago Leifert, pois bem antes dele já havia apresentadores do Globo Esporte apresentando com essa descontração. E sobre essa mescla de jornalismo e humor, defende que desde que as brincadeiras não deixem as notícias em segundo plano, elas são bem-vindas. Tudo é questão de limites.

Sobre a dificuldade de noticiar outros tipos de esportes, o jornalista caracteriza o Brasil como “um país com monocultura esportiva em relação ao futebol”. 

“O futebol é um traço cultural do brasileiro, é uma coisa fora da curva. Mas por que que os outros esportes não têm a abordagem que os outros esportes têm? O público não quer ou a gente não oferece para o público? É uma velha questão que já permeava a revista Placar e continua permeando as redes sociais hoje em dia. É uma questão de saber onde está esse público, tenho para mim que o público do esporte em geral é muito específico. Isso fica provado nos veículos de comunicação que tentam falar hoje de tênis e amanhã de ginastica. Você não consegue amalgamar esse público como você consegue com mais facilidade quando fala de futebol. E mesmo o futebol tem seus problemas, isso aqui é um país continental e toda vez que você fala mais do Flamengo você não tá falando do Grêmio, então também tem alguns problemas nesse sentido.”

Aproveite e assista aqui a gravação da palestra.

[1] Aluno do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, estagiária AICOM
[2] Aluna do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, estagiária AICOM
[3] Professor do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM, supervisão de estágios AICOM
[4] Professora coordenadora do curso de Jornalismo FMU/FIAM-FAAM

Crédito na imagem: Vídeo ESPM/Reprodução.