Especialista fala sobre a importância deste trabalho no cotidiano das pessoas e as formas de ingresso no mercado de trabalho
Por Maíra Fernandes*
Durante a palestra realizada na 10ª Semana de Comunicação do Centro Universitário FIAM-FAAM, o Designer de UX Bruno Lima foi incisivo ao afirmar que as habilidades que envolvem a empatia, tais como observar, conversar, sentir e ouvir, são fundamentais para o desenvolvimento do trabalho realizado pelos profissionais desse setor.
Formado em Publicidade e Propaganda pela PUC-SP, Lima contou detalhes de suas experiências profissionais e disse que migrou recentemente para o mercado de UX Design por curiosidade de compreender melhor como são as experiências dos usuários e consumidores de produtos e serviços dos mais variados tipos.
O entusiasmo ao falar sobre as perspectivas do mercado, os desafios para o desenvolvimento desse setor no país e a visão positiva que o profissional brasileiro tem no campo de atuação nacional e internacional de UX Design indicam que Bruno percorreu o caminho certo.
Cotidiano do Designer UX
O Termo UX (User Experience) surgiu no início dos anos 1990 com o professor americano Donald A. Normal e diz respeito a todas as etapas da experiência do usuário no contato com determindo produto, marca ou serviço. Mas, afinal, o que faz um Designer UX no dia a dia? De acordo com o palestrante, a tarefa desse profissional é buscar soluções para melhorar as experiências dos usuários e consumidores, pensando em todo o ciclo das interações entre pessoa e produto. A solução, segundo ele, deve ser holística e começar no primeiro contato, proporcionando uma experiência positiva ao usuário logo no início.
Para chegar a uma solução, o profissional deve passar por algumas etapas, utilizando a ponta final, isto é, os desejos e necessidades dos usuários, como o norte do processo criativo. Na abordagem denominada de Design Thinking, Lima explica que a resolução de um problema ocorre por meio das fases de inspiração, ideação e implementação: “O trabalho do Designer UX é centrado no ser humano, é sobre fazer as perguntas certas”, comentou o palestrante.
Para além da empatia
Além da empatia, o senso de colaboração e a experimentação são competências consideradas como pilares para a execução do trabalho do Designer UX. A execução de tarefas priorizando as trocas mútuas entre os integrantes das equipes e o trabalho realizado na perspectiva horizontal permitem criar soluções e estratégias mais ricas e possíveis cases de sucesso. Testar e exercitar o resultado do trabalho também é fundamental para o aprimoramento das futuras experiências dos usuários, explicou Bruno.
O palestrante citou ainda o quão importante é a busca, por parte das empresas, de um profissional adequado para atuar em cada etapa do processo de UX. O UX Writer, ou em português “Redator de UX”, por exemplo, é o responsável pelo texto, ou seja, pelas palavras empregadas pela marca ou produto na interação com o usuário. Qual a melhor forma de orientá-lo e apresentar a ele os comandos necessários para que consiga atingir seu objetivo final? Para Bruno, há um problema quanto à cultura de algumas empresas, que, por falta de maturidade, buscam um profissional que “faça tudo”, o que, muitas vezes, acaba prejudicando o resultado final do produto e a experiência do usuário.
Mas, como ouvir o usuário no UX?
Durante a palestra, Bruno explicou que o profissional da UX Design tem diversas ferramentas com as quais é capaz de acessar os feedbacks dos usuários, tais como as pesquisas de opinião e a análise do comportamento por meio de algoritmos e banco de dados. O importante, disse ele, é ouvir. Para isso, o profissional deve seguir algumas premissas fundamentais para a execução do trabalho, tais como: conversar mais, ouvir mais do que falar, sair de sua bolha, experienciar, não julgar e exercitar outros pontos de vista.
Cases de sucesso mundiais e o futuro do mercado de trabalho no Brasil
Ao final da palestra, Bruno mostrou alguns cases que se tornaram referências no mercado de UX Design na escala mundial. Plataformas como AirBnB, Uber e Spotify de desenvolveram a partir de necessidades e desejos de um grupo pequeno de pessoas e hoje são consideradas exemplos de soluções digitais amplamente utilizadas por usuários do mundo todo.
Quanto ao futuro do mercado de trabalho, Bruno é categórico ao afirmar que o profissional deve ampliar continuamente seu conhecimento e saber articular soluções para os diversos tipos de problemas enfrentados pelos usuários. Construir uma rede de contatos e trocar experiências também é fundamental para alcançar uma oportunidade de emprego na área.
* Sob supervisão do professor Kaluan Bernardo