Após 28 anos na bancada de grandes emissoras, a jornalista conta sobre suas experiências, planos e dá dicas para futuros comunicadores
Por Beatriz D’Angelo, Larissa Lopes e Laura Lima*
Nesta segunda feira (26), os alunos do FIAM-FAAM deram as boas-vindas a Ana Paula Padrão, atual apresentadora do reality show de culinária da Rede Bandeirantes, Masterchef, mas já conhecida dos brasileiros há muito tempo, quando ainda era âncora e repórter de emissoras como Globo, Record e SBT. Ana Paula ofereceu uma palestra muito prestigiada e deu dicas para aqueles que pretendem seguir na carreira de jornalista e obter sucesso em suas reportagens.
Formada em Jornalismo pela Universidade de Brasília, Ana Paula Padrão também fez Rádio e TV, além de se pós graduar em Política e Economia, foi âncora em vários veículos de comunicação e tem uma carreira de prestígio. Atualmente com 28 anos dedicados à TV, ela garante que está muito feliz na Band, emissora em que atualmente se encontra, e comentou um pouco sobre a rotina da profissão:
Ela explica. Se você sai de férias e alguém te liga no meio da noite para um plantão, independente se você está com a sua família ou jantando com amigos, você precisa parar tudo e ir para o hospital, mesmo para atender uma urgência da qual você desconhece os procedimentos. Com o jornalista é a mesma coisa, você não para nem aos fins de semana”.
Ana Paula também não perdeu a oportunidade de revelar o motivo de sua saída das telinhas jornalísticas e de começar do zero em um programa de culinária:
“Depois de vinte e oito anos sendo âncora em jornais de destaque e cobrindo guerras mundo afora, decidi tomar um outro rumo na minha vida, não porque eu não goste mais do jornalismo ou de fazer reportagem, mas porque queria novas experiências. Fiquei quase um ano desempregada, recebendo várias propostas de emprego, até que me chamaram para apresentar um programa de entretenimento e eu disse, ‘Por que não?’. Estou até hoje no Masterchef e estou gostando bastante”.
Questionada sobre suas matérias e coberturas de destaque, a célebre comunicadora relembrou grandes momentos de quando ainda era a jornalista queridinha de muitos:
“É difícil decidir qual foi a reportagem exata que marcou a minha vida, porém tirei várias como boas experiências e que nunca vou me esquecer. Cobri o conflito no Kosovo, a ascensão da ditadura na Sérvia, fui correspondente em Nova York, fui ao Afeganistão diversas vezes para acompanhar o sofrimento durante o regime Talibã e o 11 de setembro. Essa última cobertura foi a mais tensa, entrei na redação dez horas da manhã e fiquei até de noite esperando o desenrolar desse atentado horrível. Já conhecia a Al Qaeda, o Talibã e vi o terrorismo de perto, mas nós aqui não estávamos preparados para testemunhar esse tipo de coisa, então realmente foi algo surpreendente, tanto para as pessoas, quanto para os jornalistas.”
Além disso, a comunicadora também falou sobre os riscos que os jornalistas correm no exercício da profissão, tanto por se colocarem em situações arriscadas quanto por ataques de pessoas e/ou órgãos contrários à atividade da imprensa:
“Hoje existem muitos ataques a jornalistas que prezam pelo bom senso e pela população. Existem também aqueles se colocam em situações de risco como os que foram cobrir a guerra civil na Síria e o Estado Islâmico. É algo que hoje deve exigir mais cuidados com esses jornalistas — afinal, eles podem morrer a qualquer momento naquela zona de conflito”.
Ana Paula também encerrou o evento lembrando das dificuldades e das delícias que é ter essa profissão tão honrada e deu dicas para os futuros grandes comunicadores.
* Sob supervisão do professor Kaluan Bernardo