São Paulo nas alturas:o que a Pauliceia dos anos 50 tem a ensinar à metrópole de hoje é tema de palestra com a presença do jornalista Raul Juste Lores

Texto e Vídeo Vinicius Nunes Gomes [1]

Carla Tôzo [2]

Na última quinta-feira (26), o Centro Universitário FMU|FIAM-FAAM, trouxe para palestrar Raul Juste Lores, editor chefe da Vejinha e autor do livro São Paulo nas alturas: a revolução modernista da arquitetura e do mercado imobiliário nos anos 1950 e 1960 que trata da revolução modernista na arquitetura nesse período. Estavam presentes o reitor Manuel Nabais da Furriela, Peter Ribon Monteiro, coordenador do curso de Arquitetura, Urbanismo e Design de interiores, André Luis Tura Nunes e Janaina Krohling Peruzzo, professores do curso de Arquitetura e Urbanismo, o jornalista e historiador Eduardo Correia que também é professor do curso de jornalismo da FIAM e Vicente Darde, gerente da Escola de Educação, Comunicação, Artes, Design e Moda, Negócios e Hospitalidade.

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Durante a palestra Raul trouxe diversos exemplos de prédios e de jovens arquitetos para explicar como a arquitetura e urbanismo feito de maneira correta e inteligente podem transformar a vida das pessoas. Primeiro mencionou o Copan, um edifício construído por Oscar Niemeyer em um terreno sinuoso que abriga 1600 apartamentos que sempre abrigou famílias vindas da periferia, artistas, estudantes, funcionários públicos entre outros. Depois o edifício Arlinda, construído no final dos anos 40 no Largo do Arouche com apartamentos de 70 metros quadrados. “Prédio só de quitinetes pode ter uma boa arquitetura”, disse Raul ao se referir ao edifício.

Outro destaque é o Conjunto Nacional que foi projetado em apenas uma semana por um arquiteto recém-formado de 26 anos e que foi pensando nos pedestres. “É diferente da Faria lima onde você tem que ficar desviando dos carros”.

A palestra foi pautada em como arquitetos com boas intenções conseguiram convencer o mercado imobiliário. “Uma boa arquitetura pode servir tanto como gerador de lucro como algo que beneficia a população e que pode fazer uma diferença enorme na dinâmica da cidade”, ressaltou o jornalista.

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Nas décadas seguintes o casamento entre a arquitetura modernista e o mercado imobiliário se desfez e os carros ganharam mais espaço do que os pedestres, principalmente no governo Kubitschek (1956-1961). “A ideia era ser uma Chicago, mas acabamos virando uma Los Angeles da indústria automobilística” aponta Lores. E assim São Paulo passa de uma referência mundial da arquitetura para o epicentro de trânsito, ruas que favorecem mais os carros dos que os pedestres e a fuga população do centro.

Acompanhe a cobertura completa em vídeo do evento: https://www.youtube.com/watch?v=PZ9SvZw9Huc

[1] Aluno do segundo semestre do curso de Jornalismo. Monitor da Agência Integrada de Comunicação (AICom).

[2] Professora do curso de Jornalismo. Atua na Agência Integrada de Comunicação (AICom).