Jornalismo investigativo foi tema de debate da terceira noite do evento

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Por Caue Bento

Na noite de quarta-feira, dia 5 de abril, ocorreu no FIAM-FAAM Centro Universitário mais uma palestra da Semana de Jornalismo. O tema abordado foi “Jornalismo Investigativo” e contou com a presença dos jornalistas Fausto Salvadori Filho (Ponte), Daniel Bramatti (repórter e editor do Núcleo de Dados do Estadão) e Léo Arcoverde (fundador e editor -chefe do site de jornalismo de dados Fiquem Sabendo e produtor da Globo News). A mediação ficou por conta da jornalista e professora da instituição, Edilaine Felix.

O jornalista Fausto Salvadori Filho falou sobre direitos humanos, violência policial e o descaso com a população da periferia. “Jornalismo investigativo, como todo jornalismo, deve ser bem escrito, apurado e com boas fontes”, diz. Para ele, a violência da polícia se dá por conta da política de Estado e de uma polícia violenta.

De acordo com Fausto, existe um descaso da mídia com crimes ocorridos em periferias diferentemente de quando os crimes acontecem nos grandes centros urbanos e destaca a importância de veículos independentes para essas coberturas. “Muitas dessas notícias não chegam na ‘grande imprensa’ e chegam na Ponte.”

Para Daniel Bramatti do Estadão, destacou a redução de empregos no jornalismo mundial, como um alerta para que os jovens possam repensar a formas de atuar na profissão, como o uso de dados, que segundo ele, está mais simples. “Hoje há plataformas e softwares para visualização de dados e construção de gráficos”, diz.

Bramatti falou também sobre a importância da colaboração entre os jornalistas  e cita a série de reportagens Panama Papers, na qual trabalharam cerca de 370 jornalistas de 76 países, sob a coordenação do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ) e venceu na categoria “Investigação do Ano” e o jornalista do Estadão participou.

O jornalista Léo Arcoverde, que também trabalha com dados, explica que em seu site – Fiquem Sabendo as informações para as reportagens são todas conseguidas via Lei de Acesso à Informação (Lei 12.527/2011). “O jornalismo investigativo é útil não só em operações policiais, mas também em qualquer tipo de investigação”, diz.

 

 

Lançamento de Livro

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Precedendo o debate aconteceu o lançamento do livro-reportagem “Escola Base – como e onde estão os protagonistas do maior crime da imprensa brasileira” escrito pelo aluno formado dentro no FIAM-FAAM, Emílio Coutinho, que contou sua experiência de escrever o livro e a ideia de trabalhar este tema.

Coutinho falou sobre a gratificante experiência em razão do seu apreço por jornalismo investigativo. Falou também que fez o livro, pois sabia que renderia bons resultados para o campo acadêmico e para pessoas que tenham interesse pelo caso tratado.

O livro não é uma simples narração dos fatos, mas sim, apresenta o que aconteceu com os personagens envolvidos no caso desde 1994 até 2015 – ano em que ele finalizou o trabalho.

A pesquisa de dados, segundo Emílio, demorou cerca de dois anos e envolveu busca de arquivos de jornais, banco de dados, fóruns e informações do IML. Depois de toda essa coleta de dados, demorou mais seis meses conversando com personagens do caso. Ele fala também que a pesquisa rendeu tanto material, que já está começando a desenvolver um segundo livro.