Sérgio Sá e Dayane Teodoro
“Na agência [de notícias] você faz jornalismo para os jornalistas”, disse a correspondente da Agência EFE, Alba Santandreu, durante mesa da Semana de Jornalismo que teve como tema central a cobertura internacional. Segundo ela, esse é um dos motivos pelos quais o correspondente deve produzir matérias com conteúdo preciso e enfoque global, para a reprodução pelo mundo.
Antes de aceitar a oportunidade para atuar no Brasil, em 2013, Alba foi correspondente em Roma fazendo coberturas do Vaticano durante a transição entre a renúncia do Papa Bento XVI e a escolha do Papa Francisco.
Ao ser designada para trabalhar no Brasil, ela conta que ouviu de um colega: “ O Brasil não é para principiantes”, frase que entendeu posteriormente, principalmente com a cobertura da política nacional. Atualmente Alba produz notícias para as editorias de política, economia, social. E, embora esteja familiarizada com o Brasil, ela revela o desejo de poder trabalhar como correspondente em Nova York, nos Estados Unidos.
“Uma equipe com jornalistas talentosos e confiáveis facilita o trabalho”
Para o editor executivo da BBC Brasil, Caio Quero, o grande desafio da cobertura internacional é selecionar muito bem o que quer cobrir e saber o porquê quer cobrir. Entretanto, de acordo com ele, “uma equipe com jornalistas talentosos e confiáveis facilita o trabalho”.
O jornalista e mestre em Relações Internacionais pelo King´s College, na Inglaterra, fez a cobertura da reeleição do ex-presidente dos Estados Unidos, Barack Obama e confessa: “Foi uma experiência muito interessante”.
Em relação as novas práticas do jornalismo, o editor executivo diz que a tecnologia possibilita a fazer coberturas “mais complexas e completas”. Contudo, ele enfatiza que essa facilidade traz dois perigos ou questionamentos: o de quão confiável é a informação a ponto de selecionar e confiar nas fontes e o perigo de o jornalista se tornar preguiçoso e acomodado e não questionar o que é verdade e simplesmente reproduzir declarações.