Em oficina sobre cinema, a professora Fabíola Tarapanoff desvendou todos os truques de um dos maiores cineastas do cinema norte-americano
Por Jeferson Santiago[1]
Edição: Fabíola Tarapanoff [2]
A tradicional semana de comunicação do FIAM-FAAM-Centro Universitário deste ano contou com diversas palestras e inúmeras oficinas. Uma delas foi sobre “Wes Anderson – Perfeita Simetria”, ministrada pela professora Fabíola Tarapanoff, cinéfila declarada.
Os alunos puderam acompanhar ao longo do evento, por exemplo, alguns aspectos importantes sobre o famoso filme de Wes Anderson O grande Hotel Budapeste (The grand Budapest hotel, EUA /Alemanha, 2014) sob os mais diferentes olhares e prismas da profissional. O filme é um dos mais conhecidos do diretor e ganhou quatro estatuetas: Melhor Design de Produção, Melhor Maquiagem/Cabelo; Melhor Trilha Sonora e Melhor Figurino.
A professora, por sua vez, pode reciclar suas ideias à medida que compartilhava e, ao mesmo tempo, aprendia com as observações que eram feitas por seu público, também amantes da sétima da arte.
A professora também mostrou aos alunos outros filmes produzidos pelo cineasta, como os curtas Pura adrenalina (Bootle rocket, EUA, 1994) Hotel Chevalier (EUA/França, 2007), protagonizado por Natalie Portman e que deu origem depois ao longa-metragem Viagem à Darjeeling (The Darjeeling limited, EUA e Índia, 2007). além dos longas Rushmore (EUA, 1998), Os excêntricos Tenenbaums (The royal Tenenbaums, EUA, 2001), A vida marinha com Steve Zissou (The life acquatic with Steve Zissou, EUA, 2004), O fantástico Sr. Raposo (Fantastic Mr. Fox, EUA, 2009), animação em stop motion e Moonrise kingdom (EUA, 2012).
Além disso, foram comentadas características do diretor como centralidade da imagem, procurando a simetria, utilização de planos como travelings horizontal e vertical, big close e direção de arte com cuidado quanto à mise-en-scène (posicionamento dos atores em cena) e na combinação de cores. Outras características presentes são apresentar famílias problemáticas, ironia, nostalgia em relação ao passado, trilha sonora dos anos 1960 e indie (independente) e influência de diretores como Stanley Kubrick e da Nouvelle Vague, como Jean-Luc Godard e François Truffaut. Devido a esse cuidado todo, o diretor costuma ter uma família de atores, trabalhando sempre com as mesmas pessoas, como Owen Wilson, Luke Wilson, Bill Murray, Jason Schwartzman, com o roteirista Roman Coppola e com o diretor de fotografia Robert Yeoman.
Na opinião da professora, ter contato com as obras dirigidas por grandes diretores é fundamental para profissionais da área de Comunicação. “Ver obras desses grandes diretores e analisar seus filmes é importante para se cultivar um olhar mais estético e apurado, principalmente quem deseja atuar na área de audiovisual, produção de documentários e na área de crítica de cinema”, concluiu.